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Em seminário, dirigente do NUDEM debate cultura do estupro e assédio às mulheres nos espaços públicos

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Em primeiro plano e desfocada, uma mulher de costas para a câmera segura um microfone. Em segundo plano e focadas, duas mulheres de frente para a foto estão sentadas e segurando microfones.
A defensora pública afirmou que, assim como o espaço doméstico não é seguro para muitas mulheres, tão menos é o espaço público. - Foto: Bernardo Contri - ASCOM DPE/RS
Por Bernardo Contri - ASCOM DPE/RS

Porto Alegre (RS) – A defensora pública dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher (NUDEM DPE/RS), Paula Britto Granetto, discursou, nessa quarta-feira (30), no seminário “Cultura do Estupro e seus Impactos no Assédio às Mulheres no Espaço Público”. O evento ocorreu no Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) do Ministério Público do Estado (MPRS).

A discussão foi motivada pelas recorrentes denúncias de corredoras de Porto Alegre que, a partir de inúmeros relatos de crimes sexuais ao praticar exercícios físicos nos espaços públicos da cidade, formaram o grupo “Corredoras de Porto Alegre contra o Assédio e Importunação Sexual”. O coletivo apresentou dados de que, em média, mais de 80% das mulheres porto-alegrenses não se sentem seguras para correrem sozinhas, sendo que 49% alega já ter sido vítima de assédio e 68% já ter sofrido importunação.

A defensora pública afirmou que, assim como o espaço doméstico não é seguro para muitas mulheres, tão menos é o espaço público. Paula ressaltou a importância de medidas de combate a essa realidade, colocando que “leis e políticas públicas que reconheçam a assimetria e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres são essenciais, de forma a criar incentivos para a participação feminina nos espaços públicos”. Caso contrário, segundo ela, “a desigualdade será mantida”.

As demandas das corredoras são por melhoras no patrulhamento pelos órgãos públicos, no funcionamento das câmeras de vigilância e na iluminação nas ruas, além de pedir que sejam promovidas mais campanhas contra o assédio e a importunação sexual. O Ministério Público, a partir do seminário e dos dados apresentados, deve encaminhar um relatório à prefeitura, solicitando providências para avançar nesse cenário.

Apresentaram o seminário, juntamente à defensora pública, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (CAOEVCM), Ivana Battaglin; a diretora do CEAF, Ana Maria Marchesan; e a responsável pela Central de Acolhimento às Vítimas de Porto Alegre – Espaço Bem-Me-Quer, Rosélia Brusamarelo.

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