Defensoria Pública obtém absolvição de idosa que era acusada de assassinar o marido
Publicação:
Canoas (RS) – Em Canoas, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) obteve a absolvição de uma idosa que havia sido acusada de matar o marido e de jogar seu corpo em um poço. O caso aconteceu em 2011 e o filho dela (e enteado da vítima), que também era réu no processo, foi condenado pelo júri a 20 anos de prisão.
A defesa da mulher demonstrou que não havia provas do envolvimento dela no crime. No dia em que o homem foi encontrado morto, a esposa estava trabalhando. O filho dela, por sua vez, teria sido a última pessoa a ter contato com a vítima, que tinha, na ocasião, 79 anos. Segundo ele, o idoso teria passado mal e ele o teria levado para o hospital. No entanto, durante o processo foi constatado que o homem nunca esteve na instituição de saúde.
De acordo com o defensor público que atuou no caso, Antônio Augusto Pacheco Ribeiro, a acusação alegou que a esposa estava interessada nos bens materiais do marido, especialmente a casa em que moravam. Porém, o homem havia registrado em testamento, ainda em 2004, que sua parte do imóvel ficaria com a esposa, enquanto que o restante (75%), seriam dos filhos do primeiro casamento.
A acusação também alegava que um dos motivos do crime seria o dinheiro que a vítima possuía no banco, o que também não ficou provado. “Como a idosa se comportou de forma a proteger o filho, a opinião pública logo a condenou como cúmplice do crime, mas a verdade é que não houve nenhuma prova contra ela. Apesar de ter sido absolvida, infelizmente ela sofreu uma condenação midiática”, explicou o defensor público, que ainda reforçou o auxílio fundamental dado, durante o julgamento, pela colega Maína Ribeiro Pech, que atuou na defesa do réu condenado.
Os filhos da vítima dizem que pretendem recorrer da decisão.