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Após 13 horas de júri, casal que estava há 5 anos preso é absolvido com atuação da Defensoria Pública

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Após 13 horas, os jurados decidiram pela absolvição dos réus.
Após 13 horas, os jurados decidiram pela absolvição dos réus. - Foto: Thiago Silveira de Oliveira - ASCOM DPE/RS

São Leopoldo (RS) – Na última terça-feira (29), um casal que passou 5 anos preso injustamente foi absolvido da acusação de homicídio. A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) conseguiu a absolvição de um homem utilizando a tese de negativa de autoria, que foi aceita pela maioria dos jurados.

O casal era acusado de matar um técnico de enfermagem, em 2018. Após 13 horas no tribunal, o defensor público Lisandro Luis Wottrich provou a inocência de homem. A defesa da mulher foi realizada por advogados particulares.

O caso

Na noite de 3 de maio de 2018, a vítima foi morta a facadas por um homem dentro de casa, no bairro São Miguel, em São Leopoldo. Também estavam no local a mulher acusada, esposa da vítima, e os dois filhos do casal, de nove e quatro anos.

Durante os primeiros esclarecimentos à Polícia Civil, ela relatou que o assassino invadiu a casa com a intenção de assaltar. No entanto, vizinhos alegaram que a cena parecia se tratar de uma briga familiar.

Com a evolução do inquérito, a investigação passou a apontar para o assistido da DPE/RS, então com 22 anos. De acordo com a Polícia, ele mantinha uma relação extraconjugal com a acusada e teria sido reconhecido por um dos vizinhos, o que seria negado posteriormente. A mulher e o jovem foram presos de forma preventiva em junho de 2018, mesmo com a negativa da autoria.

Segundo as testemunhas ouvidas em plenário, eles viviam um relacionamento amoroso. Por conta dos filhos, a mulher e o técnico em enfermagem residiam na mesma casa, apesar de separados. Ainda conforme os relatos, o namoro era conhecido e aceito pelo técnico de enfermagem.

Em uma audiência posterior, a ré declarou que o crime teria sido cometido por seu genro. O homem, na época foragido, teria desavenças com a vítima, inclusive tendo jurado-o de morte. Na ocasião, a mulher contou que não havia denunciado por medo das ameaças feitas a si e a seus filhos. Hoje, esse mesmo homem cumpre pena de 23 anos por latrocínio.

O júri

Por volta das 22h da última terça-feira, foi encerrada a sessão do júri no Fórum de São Leopoldo. Iniciada às 9h da manhã, após 13 horas de duração, os jurados decidiram pela absolvição dos réus.

O defensor Lisandro comentou sobre o momento em que o assistido soube do resultado do julgamento. “Quando recebe a notícia da absolvição, ele desaba. Ele senta, bota as mãos no rosto e começa a chorar igual criança. Foi muito emblemático, difícil de se ver”. A reação mostra o alívio de quem, depois de 5 anos de injustiça, pode retomar sua vida.

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