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Nota oficial sobre caso de racismo perpetrado contra Seu Jorge

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A Defensoria Pública, cumprindo o papel constitucional, informa que adotará as medidas cabíveis
A Defensoria Pública, cumprindo o papel constitucional, informa que adotará as medidas cabíveis - Foto: Reprodução

Morte, castigo e tortura de corpos negros estruturaram o regime escravocrata brasileiro por 350 anos.

E continuamos depois de 1888…

Eliminar, marginalizar e segregar a população negra ainda são lamentáveis práticas em nosso cotidiano social.

Os racismos seguem hierarquizando e desumanizando pessoas negras.

Os racistas, estranhamente orgulhosos de sua ostensiva mediocridade, bradam, gritam, imitam animais…

Assim, no evolver do processo civilizatório, diante de tamanhas, conhecidas e repetidas barbáries, ainda podemos nos afirmar, de fato, humanos?

Agressões racistas, físicas ou verbais, são perpetradas por seres dignos de serem reconhecidos como humanos?

Seres que recusam humanidade a outros humanos podem mesmo ser reconhecidos e se reconhecerem como humanos, no que de ético há nesse conceito?

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre Cerro dos Porongos.

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre os racismos, sempre plurais, perpetrados contra Seu Jorge.

O Rio Grande do Sul precisa refletir sobre a mediocridade revelada por atos como os ora repudiados.

Não são essas as façanhas que deverão servir de modelo a toda a Terra.

Definitivamente, não são.

E não nos esqueçamos de que, em nossa bandeira, a liberdade é ladeada e legitimada por igualdade e humanidade.

Nesse contexto de obrigatória reflexão, o Núcleo de Defesa da Igualdade Étnico-Racial da Defensoria Pública do RS (NUDIER – DPE/RS) presta solidariedade aos artistas e repudia os racismos cometidos durante show realizado em clube de Porto Alegre.

A Defensoria Pública, cumprindo o papel constitucional, informa que adotará as medidas cabíveis para o necessário combate aos racismos e responsabilização dos envolvidos.

 

Andrey Regis de Melo
Dirigente do NUDIER – DPE/RS

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