Porto Alegre (RS) – Na presença de grande público, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) inaugurou hoje (19) o Auditório Daniela Boito Maurmann Hidalgo, localizado no 4º andar do prédio-sede da instituição. O espaço é uma homenagem a essa defensora pública, que faleceu no ano passado e estava classificada na 6ª Defensoria Pública Especializada Cível do Foro Central de Porto Alegre.

“Essa homenagem é singela, mas é uma homenagem que a instituição faz pra ela, que foi referência para mim e para todos esses que estão aqui, que são amigos, que são colegas. E quando nós pensamos em dar o nome do Auditório para ela, é para que representasse para as próximas gerações, para aqueles que não a conheceram, que não tiveram a oportunidade de fisicamente estar com ela nesse plano, que cultuassem e admirassem o seu estudo, a sua cultura”, disse, emocionado, o defensor público-geral do Estado, Antonio Flávio de Oliveira.

O esposo de Daniela, Mauro José Hidalgo Garcia, e os filhos Isabela Boito Maurmann Hidalgo e Augusto Boito Maurmann Hidalgo, acompanharam a cerimônia de inauguração e um vídeo elaborado pela Assessoria de Comunicação da DPE, que trouxe depoimentos de colegas e amigos.

“Em sua passagem pela administração, além de sua capacidade intelectual já referida, mostrou-se portadora de um senso ímpar de justiça. Cativou alguns, mas por todos foi e é respeitada. Dra. Daniela: hipérboles lhe caem bem, pois foi uma pessoa intensa, no seu significado literal. Muito forte, veemente em sua opiniões, destemida. Não teve medo de fazer os enfrentamentos necessários em sua carreira, para defender sua ideias, para fazer a melhor defesa aos seus assistidos. Importava-se com estes. Nesse interregno de tempo que viveu, assim agiu, na vida, na profissão. Daniela foi fiel à sua consciência, mesmo quando isso representou nadar contra a corrente. Que sejamos todos (defensores, servidores, prestadores de serviço, colaboradores) inspirados por essa personalidade à frente de seu tempo, para fazer o certo, mesmo quando o certo não é o que a maioria acredita. Que tenhamos a coragem que ela teve em enfrentar seus desafios! Que sejamos inspirados por essa lufada de garra, de força, de energia, para nos tornarmos sujeitos da nossa história, enriquecendo ainda mais essa instituição, que é essencial para a manutenção do Estado Democrático de Direito”, discursou a defensora pública-assessora do Gabinete, Clevenice Scopel, em homenagem.

Daniela ingressou na carreira de defensora pública, oriunda do 1º concurso, em janeiro de 2001. Foi a primeira defensora pública do 1º concurso a atuar no Tribunal do Júri de Porto Alegre. Atuou nas Defensorias Regionais de Uruguaiana, Cruz Alta, Novo Hamburgo e Cachoeirinha. Foi Diretora Regional da DPRPOA Cível, coordenadora do Núcleo do Interior, defensora pública-corregedora e subcorregedora-geral. Foi autora de livros e trabalhos jurídicos publicados no Brasil e no exterior. Atuou como professora de graduação e pós-graduação e como convidada em bancas de concursos públicos na área jurídica. Nos últimos anos, dedicou-se ao voluntariado em prol da caridade e ao estudo da imortalidade da alma. Daniela era natural de Nova Prata e tinha 50 anos.

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