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Em Alegrete, defensora pública palestra sobre uso de telas e Cyberbullying envolvendo crianças e adolescentes

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Paula Simões destacou o trabalho da Defensoria Pública na área da Infância e Juventude
Paula Simões destacou o trabalho da Defensoria Pública na área da Infância e Juventude - Foto: Câmara de Vereadores/Alegrete
Por Felipe Daroit - Ascom DPE/RS

Alegrete (RS) – A defensora pública dirigente do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública do Estado, Paula Simões, palestrou, nesta quinta-feira (11), na 7ª Semaneca, evento organizado pela Câmara Municipal de Alegrete, que iniciou na quarta-feira e terminou hoje (12). O tema deste ano foi “Conexão com proteção: eduque, previna e proteja crianças e adolescentes no uso adequado da internet”.

Paula, que já atuou na Comarca de Alegrete no início da carreira como defensora, falou para alunos, professores, diretores, membros da comunidade escolar do município, vereadores, entre outros, sobre o uso de telas, como tablets, smartphones, videogames, computadores, etc, por parte de crianças e adolescentes.

Ela destacou o trabalho da Defensoria Pública na área da Infância e Juventude, especialmente na atuação em educação em direitos e também abordou o Cyberbullying, prática agressiva de intimidações e perseguições no ambiente virtual.

Além dela, a temática foi tema de palestras com membros do Juizado da Infância e Juventude, Ministério Público, Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e Adolescente e Conselho Tutelar de Alegrete.

Recentemente, um estudo do JAMA Pediatrics feito por pesquisadores australianos apontou que quanto mais tempo a criança fica exposta às telas, menos ela conversa com os pais, o que impacta negativamente o desenvolvimento infantil. Para chegar ao resultado, os pesquisadores selecionaram 220 famílias com filhos na faixa de 1 ano de idade, que foram acompanhados até completarem 3 anos. Durante esse período, a cada seis meses as crianças passavam um dia usando um dispositivo de reconhecimento de fala que capta sons ambientes – como sons eletrônicos e ruídos – e registra o número de palavras ditas pelos adultos, vocalizações emitidas pelas crianças e as conversas entre eles. No dia selecionado, as crianças estavam em casa a maior parte do tempo, sem ir à escola, por exemplo, e o equipamento era colocado num bolso da camiseta.

No início, o tempo de exposição às telas era de cerca de uma hora e meia por dia, mas com o passar dos anos foi aumentando gradativamente até chegar a quase três horas. Embora a quantidade de palavras e interações tenha aumentado no período, houve uma associação negativa entre o tempo diante das telas e as conversas.

Perto dos 3 anos de idade, cada minuto a mais nos dispositivos digitais significou menos 6,6 palavras emitidas pelos pais, menos 4,9 vocalizações dos filhos e uma interação verbal a menos com os adultos.

Segundo os autores, um ambiente familiar rico em linguagem também é essencial para deixar a criança apta a entrar na escola. Embora reconheçam que não é realístico esperar que as famílias abandonem as telas, os pesquisadores sugerem que deveria haver programas e políticas voltados à redução desse tempo e ao envolvimento dos pais durante o uso. Ou seja, usar as telas em um momento que esse recurso possa servir para promover um ambiente com mais interação e conversa.

Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul