Defensores e servidores acompanham protesto contra morte de homem negro ocorrida nas dependências de supermercado da capital
Publicação:
Porto Alegre (RS) - Defensores públicos e servidores que integram o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e o Grupo de Trabalho Identidade Racial da Defensoria Pública representaram a instituição no protesto contra a morte de um homem negro nas dependências do hipermercado Carrefour, em Porto Alegre. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, morreu após ser espancado por um segurança e um policial militar na noite de quinta-feira (19).
A manifestação ocorreu na avenida Plínio Brasil Milano, na zona norte, em frente ao supermercado, e contou com a participação de centenas de pessoas. Muitos dos manifestantes carregavam cartazes, velas e flores, pedindo justiça e alertando sobre o racismo. Durante o protesto, no entanto, houve tumulto entre algumas pessoas e a Brigada Militar.
“As manifestações de hoje são um grito da população negra contra o racismo. Viemos acompanhá-las como forma de garantir a liberdade de expressão e de assegurar que não haverá intervenção truculenta da polícia contra os manifestantes”, comentou a defensora pública Gizane Mendina Rodrigues, coordenadora do GT Igualdade Racial.
A morte de João Alberto Silveira Freitas desencadeou diversos atos contra o racismo em várias capitais do país. O dirigente do Núcleo de Defesa Criminal da Defensoria, Andrey Régis de Melo, destacou que se trata de um grave caso de violação dos direitos humanos.
"A morte de João Alberto precisa ser compreendida como um efeito do regime escravocrata e um grave caso de violação de direitos humanos. A Defensoria Pública tem o dever constitucional de atuar para que violentas práticas racistas sejam eliminadas do cotidiano brasileiro”.
O servidor e integrante do GT Igualdade Racial, Veyzon Campos Muniz, salientou o compromisso da Defensoria Pública na efetivação da justiça social e racial no Brasil.
“A defensoria Pública tem um papel ativo na efetivação da justiça social e racial no país. A participação dela, em uma manifestação antirracista, pedindo justiça, é um compromisso com a sociedade. É um compromisso com o antirracismo, que é missão da nossa instituição”.
A morte de João Alberto está sendo apurada em inquérito da Polícia Civil. A justiça decretou a prisão preventiva dos dois envolvidos no crime. O caso irá tramitar na 2a Vara do Júri de porto Alegre.